quinta-feira, 30 de julho de 2015

Unidade 5 – O amor através dos gêneros textuais

Objetivo
·  Perceber as características de vários gêneros textuais: poesia, prosa poética, texto humorístico, aforismo, frases e letra de música, tendo como tema o amor.
Recursos
· Laboratório de informática com acesso à Internet;
· Data Show;
Tempo previsto
· 4 horas/aula
Organização do trabalho
· Trabalhar em duplas
Metodologia
Os alunos lerão textos de gêneros diferentes sobre o tema amor. Leitura silenciosa e oral. Discutirão sobre o tema, analisarão as peculiaridades de cada gênero e pesquisarão sobre os autores citados.

Atividade 1
Texto 1
LIRAS DE AMOR, ATRAVÉS DOS TEMPOS...
Anos 10 - Ele de terno, colete e cravo na lapela, embaixo da janela dela, canta:
" Tão longe, de mim distante, onde irá, onde irá teu pensamento?
  Quisera saber agora se esqueceste, se esqueceste o juramento.
  Quem sabe se és constante, se ainda é meu teu pensamento
  e minh'alma toda de fora, da saudade, agora só tormento!"
Anos 20 - Ele de terno branco e chapéu de palha, embaixo do sobrado em que ela mora, canta:
 - "Ó linda imagem, de mulher que me seduz!
 Ah, se eu pudesse tu estarias num altar!
 És a rainha dos meus sonhos és a luz,
 és malandrinha, não precisas trabalhar."
Anos 30 - Ele de terno cinza e chapéu panamá, em frente à vila onde ela mora, canta:
- " Tu és, divina e graciosa, estátua majestosa!
 Do amor por Deus esculturada.
 És formada com o ardor da alma da mais linda flor
 de mais ativo olor, que na vida és preferida pelo beija-flor"
Anos 40 - Ele ajeita seu relógio Pateck Philip na algibeira, escreve para  a Rádio Nacional e manda oferecer a ela uma linda música :
 "A deusa da minha rua, tem os olhos onde a lua, costuma se embriagar.
 Nos seus olhos eu suponho, que o sol num dourado sonho, vai claridade buscar"
Anos 50 - Ele pede ao cantor da boate que ofereça a ela a interpretação de uma bela bossa:
 "Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça.
 É ela a menina que vem e que passa,
 no doce balanço a caminho do mar.
 Moça do corpo dourado, do sol de Ipanema.
 O teu balançado é mais que um poema.
 É a coisa mais linda que eu já vi passar."
Anos 60 - Ele aparece na casa dela com um compacto simples embaixo do braço, ajeita a calça lee e coloca na vitrola uma música papo firme:
"Nem mesmo o céu, nem as estrelas, nem mesmo o mar e o infinito
 não é maior que o meu amor nem mais bonito,
 me desespero a procurar alguma forma de lhe falar, como é grande
 o meu amor por você"
Anos 70 - Ele chega em seu fusca, com tala larga, sacode o cabelão, abre a porta pra mina entrar e bota um melô jóia no toca-fitas:
 "Foi assim, como ver o mar.
 A primeira vez que os meus olhos,
 se viram no teu olhar, quando eu mergulhei no azul do mar,
 sabia que era amor e vinha pra ficar... "
Anos 80 - Ele telefona pra ela e deixa rolar um som
 "Fonte de mel, num olhos de gueixa,
 Kabuk, máscara.
 Choque entre o azul e o choque de acácias,
 luz das acácias, você é mãe do sol."
Anos 90 - Ele liga pra ela e deixa gravada uma música, na secretária eletrônica:
"Bem que se quis,
 depois de tudo ainda ser feliz,
 mas já não há caminhos pra voltar.
 E o que é que a vida fez da minha vida?
 O que é que a gente não faz por amor? "
Ano 2001 - Ele captura na internet um batidão legal e manda pra ela, por e-mail:
 "Tchutchuca! Vem aqui com o teu Tigrão. Vou te jogar na cama e te
 dar muita pressão! Eu vou passar cerol na mão, vou sim, vou sim!
 Eu vou te cortar na mão! Vou sim, vou sim!
 Vou aparar pela rabiola! Vou sim!"
Como as coisas sempre podem piorar...


a)    Qual a relação entre o título do texto e sua divisão? A que se refere cada parágrafo?
b)    Como é tratado o tema amor no texto?
c)    O autor utiliza letras de músicas para informar como são feitas as declarações de amor em cada época. Você conhece alguma dessas músicas? Qual(is)?
d)    Qual característica você considera mais marcante nesse texto (intenção do autor)?
(   ) reflexão
(   ) crítica
(   ) humor

Atividade 2

Texto 2 – Frases sobre amor

"Amar é mudar a alma de casa." (Mário Quintana)
"Cada qual sabe amar a seu modo, o modo pouco importa; o essencial é que saiba amar". (Machado de Assis)
"Existem muitos motivos para não amar uma pessoa, mas apenas um para amá-la" (Carlos Drummond de Andrade)
"Não se julga a quem se ama. O amor que não é cego, não é amor" (Honoré de Balzac)
"As paixões são como o vento inflando as velas dos barcos. Podem até fazê-los naufragarem, mas se não fosse ele, não haveriam passeios, aventuras e descobertas" (Voltaire)
"Ah! Não me fales nada: antes me fala de tal maneira, que, se eu fora surdo, te ouvisse todo como coração" (F. Pessoa)
"Quem nunca desejou morrer com o ser amado nunca amou, nem sabe o que é amar" (Nélson Rodrigues)
"A idade não protege contra o amor. Mas, o amor, em certa medida, protege contra a idade" (Jeanne Moreau)
"O amor, que é a primeira das artes da paz, pode-se dizer que é um duelo, não de morte, mas de vida". (Machado de Assis)
a)    Podemos verificar que o amor é um tema recorrente na literatura. Você conhece os autores das frases acima? Qual(is)?
b)    Transcreva a frase de que mais gostou e pesquise na internet sobre a vida do respectivo autor e copie.
c)    Explique a frase “O amor, que é a primeira das artes da paz, pode-se dizer que é um duelo, não de morte, mas de vida.”

Atividade 3
Texto 3

CANÇONETA EM SOL MAIOR PARA AMOR & FLOR
Múcio Góes

meu pé de flor
não é de amora
nem de morango
nem é de agora
meu pé de flor
não pede nada
meu pé de tudo
é minha amada
meu pé de flor
meu coração
é flor lá fora
toda estação
flor do mar
flor de mel
em flor ação
meu sal
meu céu 
meu chão
meu pé de flor
meu pé de tudo
é meu amor
sem solidão


a)    Em relação à forma, esse poema tem estrofes fixas? Quantos versos há no poema?
b)    Há rimas no poema? Transcreva algumas.
c)    Nas duas primeiras estrofes há uma negação. Por que você acha que ela foi utilizada?
d)    Explique o sentido de “meu pé de flor” no poema.
e)    O que você entendeu sobre os versos “ flor do mar/ flor de mel/ em flor ação” ?


Atividade 4

Texto 4

Poesia “Fumo”, de Florbela Espanca, musicada e interpretada por Raimundo Fagner.
Longe de ti são ermos os caminhos,
Longe de ti não há luar nem rosas,
Longe de ti há noites silenciosas,
Há dias sem calor, beirais sem ninhos!
Meus olhos são dois velhos pobrezinhos
Perdidos pelas noites invernosas...
Abertos, sonham mãos cariciosas,
Tuas mãos doces, plenas de carinhos!
Os dias são Outonos: choram... choram...
Há crisântemos roxos que descoram...
Há murmúrios dolentes de segredos...
Invoco o nosso sonho! Estendo os braços!
E ele é, ó meu Amor, pelos espaços,
Fumo leve que foge entre os meus dedos!...


a)    Leia o texto e copie as palavras cujo significado você não conhece. Pesquise na internet o significado e copie. Compartilhe com seus colegas.
b)    O texto acima é um soneto. Explique sua forma.
c)    Pesquise na internet sobre a vida de Florbela Espanca e copie.
d)    O eu-lírico do poema está perto do seu amor? Justifique sua resposta com um verso do poema.
e)    O título do poema está presente no último verso. Explique a relação entre o amor e o fumo no poema.
f)     Você gostou da canção? Há outras poesias que foram musicadas. Você conhece alguma? Qual?


















Atividade 5



a)    Comente o texto acima. O amor, nesse texto, é carnal? Que sentimento aflorou em você ao ler o texto? Você considera ingênua a visão da criança ou o amor, para você, sempre carrega uma grande dose de pureza, independente da idade?

Atividade 6

Texto 6: Crônica do Amor

Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.
O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.
Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.
Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.
Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.
Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.
Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam. Então?
Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.
Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.
Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama este cara?
Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.
É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fetuccine ao pesto é imbatível.
Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?
Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.
Não funciona assim. 
Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.
Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!
Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.

Martha Medeiros / Arnaldo Jabor

a)     Segundo o narrador, o verdadeiro amor acontece por quais motivos? Sintetize-os.
b)     O que você entende a partir da expressão “Ah, o amor, essa raposa”. (14º parágrafo)
c)     Por que, afinal de contas e segundo o autor, amamos?
d)     O que o amor não requer?
e)     O que é, segundo o texto, “a contingência maior de quem precisa”?

Atividade 7


a)  Agora é sua vez de produzir. Escolha um dos gêneros estudados e produza um texto sobre o tema amizade.